Você já parou para pensar que começamos a escutar com mais frequência sobre inteligência artificial somente nos últimos anos?
Até o início da pandemia da Covid-19, era raro ouvirmos falar sobre as IAs tanto no tradicional boca a boca, quanto nas redes sociais.
Estamos nos inserindo em uma realidade cada vez mais tecnologizada, em que somos obrigados a consumir e a interagir com produtos digitais.
O mundo se vê diante de novos desafios, e no centro das atenções está o temor pela extinção de milhões de postos de trabalho pelas máquinas.
Por isso, a dúvida que permanece é: será que isso de fato ocorrerá?
Em meio às incertezas e às notícias falsas, há estudos, pesquisas e probabilidades de institutos que nos ajudam a prever com maior exatidão aquilo que nos aguarda.
A EJFGV preparou este artigo para clarear as suas noções e desfazer preocupações sobre o futuro do seu emprego ou da sua empresa em meio às adesões das IAs.
Esta é a hora dos gestores e dos próprios funcionários se prepararem para as alterações futuras no mercado. Os desafios são complexos e demandam auxílio externo.
Confira os assuntos que iremos desdobrar neste artigo:
- O que significa inteligência artificial?
- As empresas têm adotado as IAs?
- Fim dos empregos, será?
- Profissões na mira das IAs
- Como se preparar?
Esperamos que você goste da leitura!
O que significa inteligência artificial?
Antes de conversarmos sobre o futuro dos empregos, é importante entender o significado de IA.
A inteligência artificial, basicamente, simula a inteligência humana. A IA ou AI, que é a sigla em inglês para Artificial Intelligence, é um sistema tecnológico que funciona com base em grandes bancos de dados.
Dessa maneira, a inteligência artificial consegue encontrar matematicamente padrões e acaba desenvolvendo de forma automática raciocínios lógicos.
Vale destacar que tudo isso ocorre por meio do processamento veloz de extensos volumes de dados.
Quando falamos em inteligência artificial generativa ou GenAI (sigla em inglês), estamos nos referindo a um tipo de IA que é programada para gerar vários e distintos tipos de conteúdo (texto, imagem, vídeo, som, códigos etc.), fundamentada naqueles mesmos dados, cujos volumes são extensos e armazenados ao longo do tempo.
Ou seja, a IA é veloz e muitas vezes certeira porque possui uma base muito grande de padrões.
A cada pergunta ou solicitação feita por você, e pelos outros usuários, o sistema vai armazenando um número altíssimo de informações. Isso é lógica, é matemática.
As inteligências artificiais tradicionais analisam dados e tomam decisões. Já as generativas, como o próprio nome já adianta, criam coisas novas.
A inteligência artificial nas empresas

A adoção das IAs no ambiente corporativo está em ritmo acelerado em nível global.
Estudo da McKinsey, empresa de consultoria empresarial dos Estados Unidos, mostra que setores como tecnologia, telecomunicações e serviços financeiros lideram a implementação.
Nessas áreas, a automação de processos, a análise de grandes volumes de dados e a personalização em escala já se tornaram parte do modelo de negócio.
Um dos campos de maior aplicação é o de marketing e vendas. Ferramentas de IA ajudam a segmentar públicos, prever comportamento de consumo e personalizar campanhas em tempo real.
Empresas que já utilizam essas soluções reportam aumento na taxa de conversão e maior eficiência em estratégias digitais, segundo o estudo.
Outro setor fortemente impactado é o de atendimento ao cliente.
Chatbots inteligentes, baseados em modelos de linguagem, são capazes de resolver dúvidas simples, redirecionar chamados e até realizar vendas.
Isso libera a equipe humana para lidar com situações complexas, melhorando a experiência do consumidor. É importante destacar que tempo é dinheiro desde as pequenas até as grandes corporações.
Diferentes oportunidades
No desenvolvimento de produtos e serviços, a IA é aplicada para acelerar processos de design e testar protótipos virtuais.
Indústrias de manufatura e tecnologia têm relatado ganhos significativos de tempo e redução de custos na fase de pesquisa e desenvolvimento, conforme o estudo.
A engenharia de software também se transformou. Plataformas de IA generativa auxiliam programadores na escrita de códigos, sugerindo trechos otimizados e até identificando falhas.
Essa otimização aumenta a produtividade e reduz o tempo de entrega de projetos de tecnologia.
Automação nas empresas do Brasil
No Brasil, como indica a pesquisa TIC Empresas 2024, a automação de fluxos de trabalho administrativos é o uso mais comum.
Pequenas e médias empresas começam a adotar ferramentas simples, como análise de planilhas automatizada e softwares de gestão inteligente. O movimento ainda é inicial, mas mostra potencial de crescimento.
Os resultados observados até agora são positivos. A OECD aponta que empresas que combinam a adoção de IA com reorganização de processos e treinamento de equipes registram ganhos de produtividade significativos.
Pontos de atenção
Porém, a mesma instituição alerta para riscos relacionados à privacidade, vieses algorítmicos e governança corporativa.
Outro ponto importante é que menos de um terço das organizações segue hoje as melhores práticas de adoção, como definição de indicadores de desempenho, roadmap estratégico e capacitação por perfil profissional.
Isso significa que, apesar do entusiasmo, ainda há um caminho a percorrer para que os ganhos sejam sustentáveis no longo prazo.
Quer entender mais sobre esse assunto? Acesse o nosso artigo que aborda especificamente a adoção das IAs pelas organizações nacionais e internacionais.
Fim dos empregos, será?

Chegamos ao assunto principal deste artigo:
O impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho é, talvez, a questão que mais desperta interesse e preocupação dos gestores e colaboradores.
Manchetes chamativas falam em “fim definitivo e amplo dos empregos”, mas a realidade, segundo os estudos, é mais complexa e menos imediatista. Ou seja, o tema demanda debate, dados e menos especulação.
A automação é real, mas os seus efeitos variam por setor, país e nível de qualificação da força de trabalho. É nesse ponto que uma parcela dos países, como o Brasil, deve ficar atenta.
De acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, a IA deve substituir cerca de 85 milhões de empregos até 2030, mas também criar até 97 milhões de novas funções no mesmo período.
Ou seja, não se trata da extinção pura e simples, mas da reconfiguração das funções.
Os postos que desaparecem são, em geral, ligados a tarefas repetitivas, enquanto surgem novas funções que exigem criatividade, supervisão e habilidades digitais.
A OECD confirma essa visão ao destacar que a automação afeta mais diretamente ocupações com rotinas previsíveis. Funções administrativas e de suporte, por exemplo, são altamente automatizáveis.
Quando você automatiza tarefas, você economiza tempo e dinheiro. Todo esse processo rende também produtividade, consequentemente menos desperdício e mais rapidez nas entregas.
Quais empregos possuem diferenciais?
Em contrapartida, profissões que exigem empatia, julgamento crítico ou interação humana complexa apresentam menor risco de substituição. Psicólogos e psiquiatras são funções que servem como exemplo para essa afirmação.
O grande desafio é que a transição não acontece de forma linear. Enquanto algumas empresas já substituem trabalhadores por algoritmos, outras criam novas funções relacionadas ao gerenciamento da tecnologia.
Essa dualidade explica por que há tanto medo no curto prazo, mesmo que os estudos projetem saldo positivo no longo prazo.
É importante destacar que todas essas mudanças nas empresas exigem acompanhamento profissional à altura, como consultoria externa. Alterações de grande escala na corporação sem supervisão podem gerar falhas, que, futuramente, podem acabar colapsando todo o sistema corporativo.
Setores
No setor de serviços financeiros, por exemplo, a IA já executa análises de risco e triagem de crédito em segundos, substituindo equipes inteiras que antes avaliavam manualmente os dados.
Por outro lado, surgem vagas para especialistas em ética algorítmica, responsáveis por verificar se os modelos não discriminam grupos sociais.
A área de saúde vive algo semelhante. Sistemas de IA conseguem identificar padrões em exames de imagem com precisão comparável à de médicos. Isso levanta receios sobre a substituição de radiologistas, por exemplo.
No entanto, o que ocorre na prática é a criação de uma nova dinâmica de trabalho, em que médicos utilizam a IA como ferramenta de apoio, enquanto dedicam mais tempo ao contato humano com o paciente.
O receio de uma onda massiva de desemprego (layoff) tecnológico é antigo. Basta olhar para a história e perceber que, desde a Revolução Industrial, máquinas vêm substituindo funções humanas.
Porém, a história mostra que novos setores sempre emergem. A diferença, no caso da IA, é a velocidade com que as mudanças acontecem.
Avanço da IA nas corporações
Um estudo da McKinsey destaca que a adoção de IA generativa avançou mais em 18 meses do que se previa para cinco anos. Essa rapidez pressiona trabalhadores e empresas a se adaptarem em tempo recorde.
Outro fator importante é a desigualdade regional. Países desenvolvidos tendem a absorver melhor os impactos, porque possuem ecossistemas de inovação, programas de requalificação e políticas públicas robustas.
Já economias emergentes, como o Brasil, correm maior risco de aumento da informalidade caso a requalificação não acompanhe a automação.
Discussão ampla
A discussão sobre “fim dos empregos” também precisa ser analisada sob o prisma da qualidade do trabalho.
A IA pode eliminar tarefas repetitivas e pouco valorizadas, liberando profissionais para funções mais criativas e estratégicas. Isso pode significar uma melhoria da satisfação e da produtividade, desde que haja políticas de transição adequadas.
Porém, é preciso cautela. O Fórum Econômico Mundial alerta que setores como telemarketing, entrada de dados e suporte administrativo podem sofrer redução drástica de vagas já na próxima década.
É importante ressaltar que o avanço da IA sobre os postos atinge especialmente trabalhadores com menor qualificação, exigindo atenção das empresas e governos para evitar exclusão social.
Em resumo, não estamos diante de um apocalipse do emprego, mas sim de uma revolução na forma de trabalhar.
Haverá perdas em determinados setores, mas também ganhos expressivos em outros.
O diferencial estará na capacidade das empresas e dos profissionais se adaptarem rapidamente ao novo cenário, investindo em competências que complementem, e não concorram, com as máquinas.
Profissões na mira da inteligência artificial

Segundo a McKinsey, funções administrativas, operacionais e de atendimento padronizado tendem a sofrer maior impacto.
Isso se deve ao fato de que algoritmos e sistemas inteligentes conseguem executar essas tarefas com mais rapidez, menor custo e menor taxa de erro, tornando alguns cargos redundantes em processos corporativos.
Entre os empregos mais ameaçados estão:
- Telemarketing e atendimento inicial ao cliente: call centers e atendimentos básicos já vêm sendo substituídos por chatbots e assistentes virtuais capazes de responder dúvidas, registrar informações e conduzir vendas simples;
- Entrada de dados e processamento administrativo: tarefas de digitação, conferência de documentos, arquivamento e atualização de planilhas podem ser totalmente automatizadas;
- Contabilidade básica e serviços financeiros repetitivos: lançamento de contas, emissão de relatórios padrão e reconciliações simples estão sendo realizados por softwares inteligentes;
- Operações de caixa e vendas padronizadas: supermercados, varejo e e-commerce já utilizam sistemas de autoatendimento, checkout automático e pagamentos sem interação humana;
- Produção industrial repetitiva: linhas de montagem, embalamento e inspeção de produtos podem ser realizadas por robôs, reduzindo a necessidade de operadores;
- Transporte de cargas e entregas locais: com o avanço de veículos autônomos e drones de entrega, motoristas e operadores logísticos de rotas fixas podem ter funções substituídas parcialmente ou totalmente;
- Trabalhadores de setores burocráticos públicos e privados: emissão de certidões, protocolos, triagem de documentos e atendimento básico em órgãos públicos ou empresas privadas são cada vez mais automatizados.
Resumo
Setores altamente padronizados são particularmente vulneráveis.
Por exemplo, grandes call centers, que empregam milhares de pessoas apenas para atendimento inicial, já estão reduzindo equipes à medida que sistemas de IA avançados lidam com 70-80% das chamadas simples.
No varejo, funções de reposição de estoque, controle de inventário e caixas automáticos estão sendo substituídas por máquinas e softwares inteligentes.
A indústria de transporte e logística também é alvo claro. Rotas fixas, entregas programadas e monitoramento de frotas podem ser realizadas por sistemas autônomos. A Amazon, por exemplo, já tem empregado esse sistema de entrega.
Empresas de transporte de cargas e entregas urbanas já testam veículos autônomos e drones, indicando que postos de motoristas de rotas previsíveis serão drasticamente reduzidos nos próximos anos.
As últimas entregas da montadoras automobilísticas Tesla, BYD e Xiaomi ao mercado, em especial ao de eletrificados, confirmam essa informação. O foco das fabricantes tem sido em sistemas de condução autônoma.
No setor administrativo, funções como digitação, conferência de dados, emissão de relatórios e gestão de arquivos são facilmente automatizáveis.
Escritórios que antes empregavam centenas de assistentes administrativos podem operar com equipes reduzidas, utilizando IA para tarefas repetitivas.
Como se preparar para o avanço da inteligência artificial?

Diante de todo esse cenário que o mundo se vê, a pergunta mais pertinente é: como empresas e profissionais podem se preparar para o impacto da IA?
Especialistas são unânimes em afirmar que a chave está na qualificação contínua e na adaptação.
A OECD defende que governos e empresas invistam em educação digital, habilidades analíticas e competências socioemocionais.
A ideia é preparar trabalhadores não apenas para lidar com tecnologia, mas para se adaptar a mudanças constantes.
Para as empresas, a recomendação é implementar governança de IA desde o início.
Isso envolve definir regras claras de uso, monitorar resultados e garantir que algoritmos sejam auditáveis e éticos. Projetos-piloto com métricas de negócio ajudam a testar soluções antes de uma adoção em larga escala.
Além disso, capacitar equipes é fundamental. Não basta instalar softwares de IA se os colaboradores não souberem utilizá-los.
Os treinamentos devem ser oferecidos para diferentes perfis, desde gestores estratégicos até funcionários operacionais.
Vale ressaltar que a aplicação de todos esses pontos de atenção não é simples, exige muita responsabilidade.
Quando uma peça é mal posicionada, todas as outras correm o risco de serem derrubadas, como em uma partida de dominó.
Profissionais
Para os profissionais, a prioridade é investir em habilidades digitais (como programação básica, análise de dados e uso de ferramentas de IA) e em soft skills, como criatividade, comunicação e liderança.
Essas competências são mais difíceis de serem replicadas por máquinas.
Outro ponto crucial é a mentalidade de aprendizado contínuo. O conceito de lifelong learning ganha força em um cenário em que as tecnologias mudam rapidamente.
Profissionais que se mantêm atualizados têm maior empregabilidade e conseguem se adaptar a diferentes contextos.
No Brasil, onde a adoção ainda é baixa, existe uma oportunidade estratégica: preparar a força de trabalho antes que a tecnologia se torne massiva.
O primeiro passo

Estar preparado para os novos desafios impostos pelo mercado tecnologizado é essencial.
Com isso, o serviço de consultoria operacional da EJFGV é um aliado fundamental.
Com uma análise precisa das necessidades específicas da sua empresa, a consultoria aponta os setores com maior potencial de automação e os ganhos possíveis com a IA generativa, ajudando a evitar erros comuns e a acelerar a implementação.
Além disso, formar um time multidisciplinar que una conhecimentos técnicos, estratégicos e de governança é indispensável para garantir que a inteligência artificial esteja alinhada aos objetivos do negócio.
Como mostram estudos da McKinsey, o engajamento da alta liderança, especialmente do CEO, na supervisão do projeto, aumenta muito as chances de sucesso.
Conte com a consultoria operacional para orientar essa jornada com segurança e eficácia.
Não deixe a sua empresa ficar para trás. A inteligência artificial não é mais uma tendência, mas uma necessidade estratégica para quem deseja crescer e se manter competitivo no mercado global.
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