Storydoing: quando o marketing vive a história

Todo mundo gosta de uma boa história, e o marketing soube explorar isso como poucos. Por muitos anos, as marcas encantaram o público com campanhas emocionantes, narrativas criativas e discursos inspiradores, mas o cenário mudou. 

Em meio a uma avalanche de conteúdos e promessas, as pessoas passaram a buscar algo mais real, mais autêntico e vivido. É nesse contexto que surge o storydoing, um conceito que transforma como as marcas se relacionam com as pessoas

Mais do que contar histórias, ele propõe colocá-las em prática, transformar palavras em ações e experiências que realmente importam.

O storytelling foi importante para construir conexões, mas o momento atual solicita mais do que emoção. O público quer coerência entre discurso e atitude, quer ver marcas que fazem o que dizem.

Continue a leitura e descubra como o storydoing pode elevar o seu marketing a outro nível, no qual as histórias não somente são contadas, mas vividas e compartilhadas de forma genuína.

Fim do marketing que só fala

Por muito tempo, o marketing viveu de discursos. Campanhas emocionantes, roteiros impecáveis e slogans inspiradores pareciam bastar para conquistar corações. 

Em um cenário saturado de promessas, o que realmente chama atenção hoje não é quem fala mais bonito: é quem pratica efetivamente.

O comportamento das pessoas diante das marcas está em transformação. Elas querem coerência entre o que uma empresa diz e o que entrega, entre sua narrativa e sua prática. A era do storytelling, que dominou o marketing por décadas, começa a dividir espaço com uma nova lógica: a do storydoing, um movimento que propõe viver as histórias, não apenas contá-las.

Segundo a ABRADi, o storydoing é o storytelling colocado em prática. É a virada de chave que transforma discurso em atitude.

As pessoas já não querem somente ouvir uma boa história: querem participar dela.

O que é storytelling (e por que ele ainda é importante)?

Antes de entender o storydoing, vale revisitar o conceito que o precede. O storytelling é a arte de contar histórias de forma envolvente e emocional. Ele dá vida a uma marca, conecta pessoas, cria identificação e sentido. 

Segundo a Conversion, o storytelling é uma das estratégias mais poderosas para despertar emoções e construir uma narrativa de marca sólida.

A lógica é simples: pessoas se conectam com pessoas, não com produtos. Quando uma marca conta uma história autêntica — com personagens, conflito e propósito —, ela cria empatia e aproxima o público de sua causa. É por isso que o storytelling se tornou tão central na comunicação digital e nas redes sociais.

A RD Station aponta que as histórias auxiliam as marcas a saírem do discurso puramente comercial e se tornarem mais humanas. Ao narrar desafios e conquistas, uma empresa mostra seus valores, inspira e cria laços emocionais com o consumidor.

Mas o excesso de conteúdo e a superficialidade de algumas narrativas levaram o storytelling a um impasse. Contar histórias por contar virou uma fórmula esvaziada. 

Quando a prática não acompanha o discurso, a narrativa se transforma em mera performance. É nesse ponto que entra o storydoing, uma evolução natural — e necessária — do modo de fazer marketing.

A virada para o storydoing

Se o storytelling emociona, o storydoing move. Ele parte do mesmo princípio — uma boa história —, mas leva o conceito adiante: a história precisa ser vivida, compartilhada, experienciada.

O storydoing surge como resposta a uma demanda contemporânea por autenticidade e ação. Em vez de dizer “nossa marca acredita em sustentabilidade”, a empresa pratica isso em seu cotidiano, com atitudes concretas e transparentes.

De acordo com a ABRADi, o storydoing é quando o propósito deixa o papel e ganha corpo. Ele transforma a comunicação em experiência e faz com que o público participe da narrativa. Marcas que adotam essa abordagem não somente contam o que fazem, mas fazem algo que vale ser contado.

Essa virada foi impulsionada pela cultura digital e pelo novo comportamento dos consumidores. Hoje, a atenção é fragmentada, a confiança é conquistada com esforço e o engajamento vem da vivência real, não da promessa publicitária.

O storydoing é, portanto, um movimento de coerência. Ele exige que as empresas alinhem sua comunicação ao que realmente praticam. É o “fazer” antes do “falar”. Uma marca que prega inclusão, por exemplo, precisa refletir essa pauta em sua equipe, em seus produtos e em suas campanhas.

As ações falam mais alto que as palavras. E o público percebe isso rapidamente.

Storytelling x Storydoing: as diferenças na prática

Embora storytelling e storydoing caminhem lado a lado, há diferenças claras entre os dois conceitos. O primeiro tem foco na narrativa, na construção de uma boa história capaz de emocionar e envolver. Já o segundo está voltado para a experiência, para aquilo que é vivido e compartilhado concretamente entre marca e público.

Enquanto o storytelling aposta em uma comunicação simbólica e emocional, o storydoing privilegia a vivência e a participação. No storytelling, o objetivo é inspirar e gerar engajamento.

Já no storydoing, é provocar envolvimento real e impacto. Um exemplo ajuda a visualizar essa diferença: uma campanha publicitária com um roteiro envolvente se encaixa no storytelling, enquanto um projeto, evento ou ação concreta que materializa o discurso representa o storydoing.

No storytelling, o público ocupa o papel de espectador. No storydoing, ele é parte da ação. A marca deixa de ser uma narradora distante e se torna protagonista de uma experiência compartilhada, abrindo espaço para um relacionamento mais horizontal e verdadeiro.

Essa mudança reflete uma exigência cada vez mais evidente do consumidor contemporâneo: a busca por autenticidade. Em um contexto saturado de discursos e promessas, não basta emocionar. É preciso provar, na prática, que aquela emoção tem fundamento.

O storytelling constrói imagem; o storydoing constrói reputação. Um se apoia na força das palavras, o outro na coerência das ações. Juntos, eles podem se complementar, mas é o storydoing que garante que a história contada realmente faça sentido fora das telas e das campanhas.

Por que o storydoing é essencial hoje?

O storydoing se torna indispensável porque vivemos uma era de desconfiança e excesso de discurso. As pessoas são mais críticas, mais informadas e menos tolerantes com incoerências.

Marcas que falam de propósito, mas não o praticam, são rapidamente questionadas. Por outro lado, aquelas que transformam sua narrativa em atitude constroem vínculos duradouros e credibilidade.

Além disso, as redes sociais amplificam o poder do exemplo. Quando uma empresa cria uma experiência positiva, o público compartilha, comenta e ajuda a espalhar essa história vivida. O impacto é exponencial, porque vem de um lugar autêntico da experiência de quem participou.

O storydoing também cria comunidade. Ele aproxima consumidores e marca por meio de valores vividos em conjunto. Uma ação de impacto social, uma campanha de conscientização real ou uma iniciativa ambiental prática têm muito mais força do que um post bonito nas redes.

Por isso, o storydoing é mais do que uma tendência: é uma necessidade estratégica. Ele reposiciona o marketing como prática, não apenas narrativa.

Como aplicar o storydoing na prática?

Implementar o storydoing exige mais do que criatividade. Exige coerência, propósito e consistência entre o que a marca comunica e o que realmente faz. Cada ação precisa estar alinhada a um valor autêntico, capaz de gerar impacto real.

1. Comece pelo propósito

Toda ação deve nascer de um valor verdadeiro da marca. Quando uma empresa tenta abraçar uma causa que não faz parte do seu DNA, o resultado soa artificial. O storydoing começa quando há clareza sobre quem a marca é e o que ela representa. O propósito deve orientar as decisões e ser visível nas atitudes, não somente nos slogans.

2. Transforme discurso em atitude

As palavras inspiram, mas as ações confirmam. Se a sua marca defende diversidade, é essencial rever políticas internas, processos seletivos e parcerias externas para garantir que essa defesa se materialize. O storydoing é, em essência, a prática de tornar o posicionamento tangível. É agir antes de comunicar, e comunicar somente o que foi vivido.

3. Envolva o público

O público deixou de ser espectador e quer participar. Criar experiências participativas é uma das formas mais eficazes de fortalecer vínculos. Campanhas colaborativas, eventos interativos, ações de impacto social e projetos coletivos são oportunidades para transformar a audiência em coautora da história da marca. Quanto mais o público se sente parte da narrativa, mais forte é a conexão.

4. Use o digital como ponte

O ambiente digital é o território natural do storydoing contemporâneo. As redes sociais permitem documentar e amplificar o que foi vivido, dando continuidade às experiências fora do ambiente físico. 

Quando o público compartilha sua vivência com uma marca, ele legitima o discurso e o multiplica. O digital deve ser ponte entre a ação e a comunidade, não substituto da prática.

5. Mensure o impacto real

O sucesso do storydoing não se mede por curtidas ou impressões. Ele está nas transformações que provoca: mudanças de comportamento, engajamento social, melhorias na percepção de marca e nos vínculos criados com o público. Medir esse impacto é entender se o propósito saiu do papel e gerou efeito concreto.

6. Crie movimentos, não apenas campanhas

As marcas que dominam o storydoing pensam no longo prazo. Suas ações não terminam quando a campanha acaba; elas evoluem, ganham novas formas e inspiram outras iniciativas.

Cada gesto se torna uma continuação da história que começou a ser contada, fortalecendo a confiança e a relevância da marca.

O storydoing é, em última instância, um compromisso com a verdade. Ele transforma a narrativa em experiência e o marketing em uma prática viva, capaz de mover pessoas e gerar significado.

Cuidado: storydoing não é performance

Há um risco crescente em transformar o storydoing em espetáculo. Quando uma marca encena aquilo que defende, o público percebe a inconsistência. Em vez de fortalecer vínculos, perde-se credibilidade. 

O storydoing não pode ser reduzido a uma ação isolada, criada apenas para gerar engajamento rápido nas redes sociais. Ele precisa nascer da coerência entre o discurso e a prática, como destaca o artigo da ABRADi.

O verdadeiro storydoing é movido por propósito. Ele não busca criar um show, mas dar vida ao que a marca acredita. É sobre agir de forma consistente e contínua, transformando o posicionamento institucional em experiências reais e significativas. 

Como explica a Conversion, uma boa história ainda é essencial para conectar marcas e pessoas, mas o público de hoje quer ver ações concretas que sustentem essa narrativa.

Isso significa que o storydoing não substitui o storytelling; ele o amplia. A narrativa agora nasce da prática, não da ficção. O discurso publicitário deixa de ser um roteiro ensaiado e passa a refletir vivências autênticas, capazes de gerar confiança.

Manter autenticidade é o maior desafio. Vivemos em uma era de exposição constante, em que tudo pode ser registrado, compartilhado e analisado em segundos. 

Quando uma marca finge propósito, a incoerência é rapidamente desmascarada. O público quer verdade, e não encenação. Como lembra a RD Station, as pessoas se conectam com marcas que têm histórias genuínas e coerentes com suas atitudes.

Fazer é o que marca a diferença. As empresas que entendem isso deixam de apenas contar histórias e passam a vivê-las junto ao público. É nesse ponto que o storydoing se consolida como a evolução natural do marketing contemporâneo: um modelo que valoriza menos o discurso e mais a ação, menos o palco e mais o propósito.

Transforme histórias em ações que geram impacto real

Mais do que contar boas histórias, as marcas de hoje precisam vivê-las junto ao público. O storydoing surge como uma resposta a um novo comportamento do consumidor, que busca autenticidade e quer participar das narrativas das marcas com as quais se identifica. 

Nesse cenário, não basta emocionar por meio de um bom enredo: é necessário comprovar, na prática, que o discurso tem fundamento.

O storytelling constrói imagem. O storydoing constrói reputação. Quando uma empresa se propõe a colocar sua história em ação, ela mostra coerência entre o que diz e o que faz. 

Projetos, eventos e iniciativas concretas passam a expressar os valores que antes eram apenas comunicados em campanhas. O público deixa de ser espectador e se torna parte ativa da experiência, fortalecendo laços e gerando impacto real.

Investir em storydoing é criar uma vivência que conecta propósito e resultado, emoção e desempenho. E é nesse ponto que a EJFGV pode ser a sua aliada estratégica. Nossa equipe ajuda marcas a transformarem ideias em ações consistentes, alinhando posicionamento, propósito e performance de mercado.Se você quer dar o próximo passo e transformar o discurso da sua marca em experiências que realmente importam, conheça mais sobre a nossa consultoria mercadológica.

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