Falência: 10 segredos para não arruinar a própria empresa

O pior pesadelo de um empreendedor é saber que o seu negócio chegou à falência, ou seja, quando não existe mais a possibilidade de cumprir com as suas obrigações financeiras.

Diversos fatores podem levar a empresa a essa situação, como: má gestão, fraude, perda de receita, concorrência, perda de clientes, pressão dos credores etc.

Aproximadamente 7,2 milhões de empresas estão atualmente inadimplentes no Brasil, segundo informações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados da Serasa Experian.

Para se ter ideia: esse número representa 31% dos negócios ativos no país. Além disso, desse total, 6,8 milhões são micro e pequenas empresas (MPEs), que acumulam R$ 141,6 bilhões em dívidas abertas.

Manter um negócio de pé é um desafio constante para os gestores. Por isso, a EJFGV separou os 10 pontos-chave que orientam uma boa gestão e ajudam a evitar o fechamento das portas da sua empresa.

Neste artigo, você irá descobrir:

  • O que é a falência? 
  • O que causa a falência?
  • 10 segredos para evitar a falência
  • Qual o primeiro passo?

Tenha uma excelente leitura!

O que é a falência?

Gráfico laranja indicando queda financeira, que leva à falência

A falência nada mais é do que a incapacidade das empresas, desde as pequenas, médias até as grandes, de cumprirem com as suas obrigações financeiras

A recuperação judicial é a última forma de salvar uma parcela do patrimônio. Ou seja, o processo na Justiça permite que a empresa renegocie as suas dívidas com os credores. 

De acordo com a Agência Brasil, um levantamento da consultoria RGF & Associados, que acompanha a quantidade de RGF & Associados em Recuperação Judicial no Brasil, aponta que, no fim de março deste ano, eram 4.881 empresas em recuperação judicial, contra 4.568 em dezembro de 2024 — um crescimento de 6,9%.

Além disso, segundo o portal, 203 empresas deixaram a recuperação judicial no período, sendo que:

  • 80% voltaram a operar de modo normal (sem supervisão judicial);
  • 2% tiveram registro baixado ou foram classificadas como inaptas ou suspensas;
  • 18% faliram.

Os setores mais afetados foram:

  • Indústria (destacadamente as empresas de agronegócio);
  • Serviços;
  • Comércio;
  • Infraestrutura/energia/saneamento;
  • Agropecuária. 

Sobrevivência no Brasil

Gráfico de pizza com 60% em laranja indicando as empresas que fecham antes de 5 anos após a sua abertura; 40% em cinza indicando as corporações que resistem após o período

A revista Exame, com dados da pesquisa “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022” do IBGE, noticia que aproximadamente 60% das empresas nascidas no Brasil não chegam a completar cinco anos com as portas abertas.

Para se ter noção do quão impactante essa porcentagem é: somente cerca de 37,9% das organizações fundadas em 2017 se mantiveram ativas em 2022

Esses dados projetam a dificuldade da sobrevivência de empresas no país. 

A notícia também revela quais os setores que mais abrem e fecham portas no Brasil:

  • Abertura: comércio e reparação de veículos e motocicletas;
  • Fechamento: comércio e serviços de baixa especialização.

Tipos de falência

  • De liquidação: encerramento definitivo das operações, com a liquidação dos ativos para pagar os credores conforme ordem definida pelas leis de falência.

Todo o processo é supervisionado por um administrador judicial. Em resumo, a empresa é dissolvida e os negócios são encerrados.

  • De reorganização: as operações da empresa continuam ativas, porém sob um plano de reestruturação e recuperação financeira. 

O plano é apresentado pela organização e deve ser aprovado pelos credores e pela Justiça. Ou seja, a dívida ainda é gerenciável, e a empresa consegue se manter de pé. 

O que causa a falência?

Símbolo de alerta em laranja ao centro da imagem

Existem diversas razões para uma empresa declarar falência, entre elas estão:

  • Crise econômica;
  • Má gestão empresarial;
  • Falha na administração financeira, especificamente;
  • Concorrência acirrada ou desleal;
  • Falta de investimento em capacitação e treinamento;
  • Exiguidade de planejamento estratégico;
  • Conhecimento insuficiente sobre investimento;
  • Pouco ou nulo controle interno dos processos;
  • Baixo nível de satisfação dos clientes;
  • Não cumprimento de renegociação;
  • Investimentos errados ou mal planejados;
  • Pouca informação sobre inadimplência; 
  • Baixo ou nulo investimento em inovação;
  • Marketing mal conduzido ou inexistente;
  • Fraudes: desvio de dinheiro, falsificação de documento, sonegação fiscal etc.;
  • Perda de clientes estratégicos;
  • Decisões baseadas em informações erradas;
  • Falta de pesquisa de mercado.

Vale ressaltar que a lista é grande e se estende além dos pontos mencionados neste artigo. 

Atenção para as novas empresas

25,3 milhões de empresas ativas no Brasil

Vale destacar que antes de abrir um negócio é importante que o empreendedor se atente aos tópicos listados pela EJFGV. 

O Brasil tem visto o seu número de empresas ativas crescer este ano e, com isso, o alerta de perigo quanto ao futuro desses negócios é acionado, principalmente devido ao risco da falta de informação administrativa. 

Segundo a revista PEGN, no primeiro trimestre de 2025, o número total de CNPJs registrados no país ultrapassou 64 milhões. Comparado ao ano anterior, houve um crescimento de cerca de 7,72%.

Ou seja, o número de empresas ativas cresceu 16,11%, passando de 21,8 milhões para 25,3 milhões.

Vale ressaltar que esse crescimento foi puxado principalmente pelos MEIs, que tiveram aumento de aproximadamente 20,90%. Eles representam atualmente cerca de 78,74% dos CNPJs ativos, segundo a PEGN.

Além disso, as pequenas empresas familiares somam cerca de 9,75%. Juntas com os MEIs, essas duas categorias representam cerca de 88,49% de todas as empresas brasileiras ativas, diz a revista.

A EJFGV ressalta que é importante que os novos empreendedores permaneçam atentos aos riscos e aos desafios envolvidos na fundação de um negócio, sobretudo em períodos de crise e instabilidade financeira regional ou nacional. 

10 segredos para evitar a falência

Evite a falência da sua empresa
Evite a falência da sua empresa

Capacitação constante

Invista em capacitação e treinamento tanto para os administradores quanto para os colaboradores. 

Manter o elenco da empresa atualizado e devidamente instruído para as tarefas diárias e para as futuras atribuições é essencial, sobretudo em um período de constantes novidades tecnológicas oriundas das inteligências artificiais.

A participação da empresa em eventos, como palestras, ajuda a aprimorar e a otimizar o conhecimento dos colaboradores, visando estimulá-los no trabalho e aperfeiçoá-los para desafios intersetoriais (espaço colaborativo).

Inovação

Todo empreendimento precisa se adaptar às novidades que o mercado impõe. 

Atualmente, a inteligência artificial, por exemplo, tem ganhado a atenção das agências globais em razão dos potenciais ganhos que oferece. Então, por que não estudá-la?

Inovar é manter o negócio à altura do que os concorrentes oferecem e do que os clientes desejam

A empresa que não se adapta fica para trás, perdendo espaço no segmento e caminhando para a falência.

Busque inovar sempre: produtos, serviços, modos de produção, marketing, métodos de contratação, ferramentas financeiras etc.

Finanças

O setor financeiro é o principal e exige diversos pontos de atenção:

  • Educação financeira constante da gerência, buscando ter respaldo para decisões na empresa;
  • Separação das pessoas física e jurídica: conta bancária, cartão de crédito e registro financeiro, com o objetivo de evitar confusão, desvio de investimento e gastos a mais;
  • Planejamento financeiro: controle sobre o fluxo de caixa (entrada e saída de dinheiro da empresa durante certo período), noção da quantidade de dinheiro disponível para pagar despesas e realizar investimentos;
  • Cálculo e monitoramento constante da margem de endividamento;
  • Gestão totalmente transparente, evitando fraudes;
  • Realizar sempre o raio x das finanças, como a identificação dos padrões de gasto;
  • Definição estratégica e antecipada do salário do dono da empresa (pró-labore);
  • Entender a diferença entre receita (valor total obtido pela empresa com a venda de seus produtos ou serviços) e lucro (o que sobra após deduzir custos variados, como impostos e manutenção de estoque).

Ferramentas

Conhecer ferramentas e estratégias para diagnósticos é fundamental e indispensável para uma administração certeira. 

A EJFGV separou três exemplos:

  • Análise das 5 forças de Porter: permite analisar o grau de competitividade da corporação em relação às forças que atuam no mercado;
  • Análise SWOT: avalia as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa em seus ambientes interno e externo;
  • Análise de cenários: possibilita projetar diferentes situações futuras para a empresa, levando em conta variáveis internas e externas.

Acompanhamento

É obrigação da gerência se manter atenta às demandas, necessidades, problemas, resultados e fracassos dos setores da empresa.

Pode ser adotada uma rotina de acompanhamento, por exemplo. Analisando sempre: giro de estoque, qualidade dos produtos entregues, cobrança, índice de inadimplência etc.

Cliente

A avaliação da satisfação do cliente é, muito provavelmente, um dos pontos de maior destaque e, ao mesmo tempo, um dos quesitos mais esquecidos pelos gestores no Brasil.

Ouvir o que o seu cliente tem a dizer do produto, serviço e atendimento é primordial, porque permite conhecer falhas às vezes ocultas aos olhos do próprio administrador.

É necessário saber escutar as críticas sejam elas positivas ou negativas. O cliente sempre tem razão
As boas avaliações servem como estímulo. Por outro lado, as negativas inserem novos desafios não somente aos gestores quanto aos colaboradores.

Marketing

Há anos, o mercado tem sinalizado que as empresas que não investirem em marketing vão ficar para trás, e, principalmente após a pandemia da Covid-19, essa realidade tem sido cada vez mais sentida pelas corporações ao redor do mundo.

É importante destacar que o marketing vai além de postagens em redes sociais, como Instagram e TikTok

Por meio dele, a empresa consegue transmitir a sua identidade e, com um bom trabalho, formar uma imagem positiva diante dos consumidores. 

Veja uma lista com benefícios da adoção do marketing estratégico para a sua empresa:

  • Conhecimento do seu público-alvo;
  • Envio de mensagens segmentadas e estruturadas conforme o gosto e o interesse do seu público;
  • Produção de conteúdos educativos e que interessam os internautas;
  • Campanhas que ajudam a maximizar o alcance da voz da empresa;
  • Publicidade dos produtos ou serviços oferecidos pela corporação;
  • Performance de destaque entre os concorrentes.

Existem muitos outros tópicos que podem ser citados, porém para conhecê-los com maior profundidade acesse o nosso artigo que aborda especificamente marketing.

Metas e objetivos

Toda empresa precisa ter metas e objetivos. Por meio do planejamento estratégico, os gerentes conseguem separar metas para cada setor ou, especificamente, para cada colaborador

Ter atribuições e valores a serem alcançados mapeados garante ao funcionário um norte para a realização do seu trabalho. 

Porém, é importante sempre adaptar e revisar as metas e os objetivos, haja vista a volatilidade das funções em um período de constante adaptação tecnológica, mercadológica, social e sustentável

Procure ajuda

A partir do momento em que o gestor percebe que não está conseguindo lidar com os desafios da administração, a procura por consultoria é uma opção.

A ajuda externa é uma oportunidade para que a empresa se mantenha de pé e não veja as suas portas se fecharem. A falência é um capítulo amargo na história do empreendedor e pode ser evitada. 

A EJFGV, por exemplo, oferece consultoria para diversas empresas. O objetivo é mapear o que há de errado e auxiliar a corporação a voltar aos eixos. Conheça mais sobre o assunto no próximo tópico.

Qual o primeiro passo?

Logo da EJFGV ao centro da imagem, com o texto: empresa júnior, FGV, consultoria desde 1988

Visando evitar a falência, o primeiro passo do empreendedor é diagnosticar o estado da sua empresa. Entender em que pé andam as finanças é primordial para propor objetivos, metas e desejos da corporação para o futuro.

A EJFGV reforça que momentos de adversidade podem ser catalisadores de inovação, reposicionamento e fortalecimento organizacional. 

Decisões baseadas em dados, alinhamento com os valores da empresa e foco na experiência do cliente são fatores que garantem não apenas a sobrevivência, mas também o crescimento sustentável.

A Consultoria Operacional da EJFGV oferece soluções sob medida para otimizar processos, reduzir riscos e tornar seu negócio mais resiliente

Evite a falência: não permita que a sua empresa entre na porcentagem nacional de empreendimentos que viram as suas portas fecharem em 2025. A EJFGV está à sua disposição para contornar a situação.

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