O cálculo do ponto de equilíbrio é uma forma de entender quanto você precisa para não sair no prejuízo no final do mês, obtendo como resultado um valor mínimo para que os gastos e entradas estejam equilibrados.
Essa é uma parte fundamental de um planejamento financeiro, para que você não se depare com contas que não fecham ou não mergulhe de cabeça em investimentos que talvez não tenham um retorno garantido.
Nesse artigo, vamos falar sobre os tipos de pontos de equilíbrio, além de te mostrar a fórmula e como aplicá-la na sua realidade.
Para saber mais, continue a leitura.
O que é ponto de equilíbrio?
O ponto de equilíbrio, também chamado de break even point ou ponto de ruptura, acontece quando a receita total de um negócio corresponde exatamente ao valor dos gastos e despesas.
Em outras palavras, é um estágio onde a empresa não ganha nada além do suficiente para se manter. Obviamente, esse ponto não pode ser considerado uma meta, uma vez que qualquer crescimento a partir dele significa lucro, mas qualquer perda significa prejuízo.
Dessa forma, o ponto de equilíbrio deve ser considerado uma referência, a partir da qual o lucro começa a ser calculado.
Quais são os tipos de ponto de equilíbrio?
Cada objetivo traçado por uma empresa exige uma análise diferente. Por isso, existem três tipos de aplicações do ponto de equilíbrio, veja só:
Financeiro
Também chamado de ponto de equilíbrio de caixa, esse cálculo só leva em conta as saídas de caixa daquela empresa, desconsiderando depreciação de ativos e quaisquer despesas não desembolsáveis. Como consequência, os resultados tendem a ser mais precisos.
Contábil
Nesse caso, todos os custos de funcionamento de uma empresa são levados em conta, com o objetivo de igualar receitas e despesas e informar quanto de entrada será necessário para alcançar o ponto de equilíbrio.
Para isso, o valor dos custos e despesas fixas é dividido pela margem de contribuição. Essa estratégia é a mais simples e tende a ser usada pela maioria dos negócios.
Econômico
A modalidade econômica leva em conta as despesas fixas e variáveis, com a adição de custos de oportunidade, que representam uma “margem de lucro” para investimentos planejados.
Quais fatores utilizar no cálculo do ponto de equilíbrio?
Para calcular qualquer um dos três tipos de ponto de equilíbrio, você deve conhecer bem dois fatores dentro da sua empresa:
Despesas fixas
As despesas fixas correspondem aos gastos necessários para a manutenção constante do seu negócio, ou seja, contas, salários, segurança, entre outros.
Vale ressaltar que esses custos não têm relação com o produto – como pagamento de fornecedores ou matéria prima -, uma vez que esses fatores já estarão embutidos no valor dessa mercadoria.
Margem de contribuição
A margem de contribuição é a porcentagem do valor do produto destinada para ganho da empresa, ou seja, que é convertida em gasto com fornecimento, produção e matéria prima.
O cálculo dessa margem pode ser usado, inclusive, para a precificação desses produtos. Para encontrá-la, você deve subtrair os custos e despesas variáveis (impostos e comissões) do preço de venda:
MC = PV – (CV + DV)
Em seguida, para obter o valor do indicador de fato, essa margem é dividida pelo próprio preço de venda:
IMC = MC / PV
O cálculo da margem de contribuição já permite entender a situação financeira da empresa: um resultado negativo é sinal de prejuízo, mas, a partir de um resultado positivo, é possível calcular um ponto de equilíbrio.
Como calcular o ponto de equilíbrio?
A partir da compreensão dos conceitos acima, é possível aplicar a fórmula do ponto de equilíbrio. A forma mais utilizada é um cálculo simples: todas as despesas fixas são divididas pela margem de contribuição:
PE = DF / IMC
Vale lembrar que, no caso do ponto de equilíbrio financeiro, as depreciações serão desconsideradas e, no ponto de equilíbrio econômico, um percentual pré-estabelecido será adicionado.
Exemplo
Para facilitar o entendimento, vamos pensar em uma situação hipotética:
Uma loja de roupas possui uma renda fixa mensal de R$20.000. Seus gastos com produção são de R$20,00 com materiais e R$4,00 com eletricidade. O produto em questão é, então, vendido por R$50,00.
Para não entrar em questões muito particulares, vamos calcular o ponto de equilíbrio financeiro, desconsiderando as depreciações de maquinário e mercadorias.
- DF = 20.000
- IMC = PV – (CV + DV) / PV = 50 – ( 20 + 4) / 50 = 0,52 ou 52%
Portanto:
PE = DF / IMC
PE = 20.000 / 0,52
PE = 38.461
A receita bruta mínima para que não haja prejuízo no mês é, portanto, de R$38.461.
A partir dessa conclusão, outras análises também são possíveis, como quantos produtos devem ser vendidos ou quais estratégias de venda devem ser adotadas para que as vendas se mantenham ou aumentem.
Por que calcular o ponto de equilíbrio?
- Planejamento de produção: A saúde financeira de um negócio depende de um planejamento de qualidade, que evita gastos com produção e divulgação de um produto ou serviço sem uma previsão de demanda, por exemplo.
- Elaboração de estratégias: Uma orientação melhor sobre os destinos e exigências de uma linha produtiva possibilita um preparo mais assertivo da equipe de funcionários, possibilitando a otimização de tempo e funcionalidade.
- Indicadores de viabilidade: O ponto de equilíbrio pode apontar as condições de viabilidade de um projeto isolado ou da empresa como um todo. Isso pode ser analisado a longo prazo ou durante determinado período.
Cuidados com a saúde da sua empresa
Como falamos constantemente no blog da EJFGV, existem diversas estratégias para manter e aprimorar a saúde financeira do seu negócio.
Contudo, isso pode representar uma grande sobrecarga se você não dispõe do preparo ou do tempo necessário para elaborar planos e colocá-los em prática.
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