No âmbito industrial, principalmente, é muito comum ouvir as pessoas falando em sistemas de produção, especialmente os tipos de produção puxada e empurrada.
Mas você sabe o que cada um significa?
Enquanto a produção puxada prioriza a existência de demandas para produzir, a empurrada é caracterizada por produzir para o estoque. Mas não é só isso.
Entender cada um desses sistemas é essencial para você aplicar de maneira correta a linha de produção na sua empresa. Nesse texto você entenderá mais sobre o assunto!
O que são esses sistemas de produção?
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que com o conhecimento certo em mãos, você pode encontrar qual dos sistemas de produção é mais vantajoso para sua empresa, compreender como otimizar o seu processo produtivo geral e diminuir perdas e estoques desnecessários.
Abaixo, a definição de cada um desses tipos.
Produção Puxada
Essa categoria dos sistemas de produção puxada é caracterizado por ser mais moderno e possui a sua origem marcada no período do toyotismo. A sua ideia central é trabalhar a produção da fábrica sem acúmulo de quaisquer estoques.
Nessa modalidade, quando um cliente cria um novo pedido, isso permite que a produção seja iniciada. O seu principal foco não é no estoque e sim no fluxo de materiais produzidos.
Uma utilização bastante comum nesse cenário também é a Kanban, um quadro que aponta para a necessidade de produção de um item solicitado e que resulta em um estoque mínimo.
De forma bem direta, a produção puxada pode ser definida na produção apenas daquilo que se faz realmente necessário e no momento exato dessa necessidade.
Neste modelo a indústria em questão tem a intenção de reduzir seus estoques o quanto puder, a fim de diminuir desperdícios e, assim, incrementar a eficiência da operação.
Produção Empurrada
Já o sistema de produção empurrada é mais antigo em relação ao outro e ainda mais tradicional quando as pessoas pensam no caso de alguma fábrica, visto que esse modelo é o formato adotado por indústrias desde a Revolução Industrial.
O seu ponto principal e mais importante é a produção em massa, que resulta em um processo de acúmulo de estoque de produtos, que são vendidos aos clientes da empresa e prospectos.
A sua ideia é calcular o quanto a mão-de-obra irá produzir de acordo com uma previsão de vendas, a qual é gerada pelo MRP, e posteriormente gerar um estoque que não está necessariamente alinhado com a demanda da empresa.
Neste modelo a empresa busca possuir, na maioria dos casos, estoques de segurança e que sejam capazes de satisfazer a demanda do período sem dúvidas ou demais complicações.
O que é MRP?
MRP, do inglês “Material Requirement Planning”, significa Planejamento da Necessidade de Materiais.
Ele é caracterizado por ser um um sistema de planejamento e controle de uma linha de produção, mais aplicado na produção empurrada, com o objetivo de atender as necessidades de fornecimento dos materiais necessários para produção.
Ele é utilizado para estabelecer os materiais que serão necessários para determinado processo, suas quantidades e o tempo certo que devem ficar disponíveis durante o procedimento. Tudo isso é, obviamente, relacionado à matéria prima e a composição do produto.
Quais as vantagens e desvantagens de cada sistema de produção?
Para otimizar o entendimento do assunto, é vantajoso entender os pontos de vantagens e desvantagens de cada um dos sistemas de produção:
Produção empurrada X Vantagens
As principais vantagens desse tipo são:
- Ela é estática em relação à demanda;
- Ela apresenta melhores resultados pela produção repetitiva;
- Melhor cumprimento de prazos, uma vez que é possível controlar o tempo de produção e também há a formação de estoques;
- Há um maior controle da produção pela centralização do Planejamento e Custo da Produção (PCP);
- Existe também maior aceitação na variabilidade dos produtos;
- Mais facilidade para lidar com estruturas mais complexas.
Produção empurrada X Desvantagens
Já a nível de desvantagens, podemos listar:
- Há uma maior dependência dos estoques da empresa, tanto de matéria-prima quanto entre os processos;
- Este modelo demanda um controle sofisticado de Softwares;
- Não existe uma comunicação alinhada entre os processos;
- Controle e responsabilidade também são centralizados, uma vez que todos os dados são gerados pelo PCP;
- Seu custo operacional é relativamente maior, pois podem haver desperdícios de superprodução, o que também agrega a mão-de-obra, formação dos estoques e de produção;
- As falhas dos processos são mais difíceis de serem encontradas e, consequentemente corrigidas, pois a produção é feita em excesso e os erros ignorados.
Produção puxada X Vantagens
Já o sistema de produção puxada apresenta como vantagens:
- Ele é mais dinâmico em relação à demanda;
- Provoca uma redução/eliminação de estoques;
- Utiliza o sistema de controle Kanban;
- Com o Sistema Puxado é possível evitar excessos, superproduções e encurtar o Lead Time;
- Diminuição do custo operacional do PCP;
- Otimização na qualidade do produto final;
- Maior flexibilização da produção;
- Mais confiabilidade do processo.
Produção puxada X Desvantagens
Já em relação às desvantagens, temos:
- Possível geração de ciclos ociosos quando a demanda for baixa;
- Maior vulnerabilidade da produção a fontes internas e externas;
- É mais dependente da qualidade de entrega por parte dos fornecedores;
- Podem haver atrasos na entrega do produto ou até mesmo a falta dele se a demanda for acima do normal;
- Há certa restrição de variabilidade de produtos.
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