CEP: Controle Estatístico de Processo e fluxo de produção

O CEP ou Controle Estatístico de Processo tem como principal objetivo padronizar e estabilizar os processos, de modo a manter constantes as melhorias, otimizar os recursos, reduzir os erros na produção e aumentar a qualidade do produto final. 

Esse controle de processo ganhou maior destaque e relevância nos anos 60, quando passou a ser aplicado como solução operacional.

Se você quer saber mais sobre o controle estatístico de processo e deseja aprender como implementar o CEP na sua empresa para impulsionar seu negócio, continue a leitura abaixo.

O que é Controle Estatístico de Processo (CEP)?

Controle estatístico de processo é uma técnica de controle dos resultados do fluxo de produção, por meio de indicadores que garantem a qualidade do produto.

Essa ferramenta de qualidade serve para identificar falhas que possam prejudicar o resultado do processo avaliado, permitindo que a empresa implemente estratégias de evolução e ganhos constantes. Na sequência, você vai descobrir os motivos para inserir o CEP na sua estratégia e os melhores métodos para fazer isso.

Qual o principal objetivo do CEP?

O controle estatístico de processo, ou CEP, tem como principal objetivo mitigar ou, até mesmo, zerar, as possíveis causas de variações. Dessa forma, elas podem ser corrigidas observando com autoridade o processo.

As variações especiais são aquelas que geram falhas no resultado, em função de desvios sistemáticos, que são evitáveis. Com isso, o CEP permite que os gestores encontrem a raiz dos problemas e os corrijam durante o fluxo, impedindo que o mesmo erro aconteça novamente mais tarde no processo.

Portanto, o foco central do controle estatístico de processo é garantir um desenvolvimento estável, de modo que seja possível, a partir de então, evoluir em busca de uma melhoria contínua.

Tendo um processo instável, torna-se quase impossível identificar as melhorias, sendo inviável prever riscos potenciais

Como analisar o controle estatístico do processo?

O acompanhamento e o controle do processo podem ser feitos de várias formas. Esses são possíveis meios para te auxiliar neste processo:

  1. Auditorias
  2. Acompanhamento através de gráficos de controle
  3. Mapeamento e digitalização do processo (BPMs).
  4. Formalizar um processo junto ao sistema de gestão da rotina
  5. Criar dispositivos à prova de erro e acompanhar seu desempenho
  6. Acompanhar o comportamento do processo com ferramentas estatísticas

Dessa forma, deve-se, primeiramente, determinar a ferramenta para a coleta de dados, já que o CEP envolve bastante a análise de dados. Feito isso, é preciso definir a amostra que será analisada e coletar os dados.

Além disso, analisar a base histórica do processo para verificar como ele se desenvolve é essencial para calcular a média e desvio padrão dos dados obtidos e assim determinar o LSC (limite superior de controle) e o LIC (limite inferior de controle). Entenda a seguir os métodos:

  • Por meio de uma análise histórica do processo, através do cálculo do desvio padrão e da média.

Exemplo: LIC = média – 3 x desvio-padrão e LSC = média + 3 x desvio-padrão

  • Pela verificação de padrões do que é esperado do processo.

Exemplo: um padrão exigido pela legislação ou imposto pela própria capacidade do processo.

Feito isso, basta esboçar esses limites e entre eles inserir a linha média com os dados analisados. Entenda a seguir como fazer tais análises.

Analisando os dados do processo

Antes de começar a utilizar as ferramentas de controle estatístico de processo na sua empresa, você precisa observar esses pontos:

  • Selecionar os processos que não estejam de acordo com a produtividade e qualidade esperada.
  • Escolher o gráfico que identifique melhor as críticas que causam variações do resultado.
  • Confiar sistemas de medição adequados à análise e que garantam estabilidade, tendência, linearidade, repetitividade e reprodutibilidade.
  • Com a estabilidade definida, o controle estatístico de processo pode ser implementado.
  • Executar ações de melhorias através de monitoramento constante para identificar causas de instabilidade.
  • Revisar inteiramente o processo, para que, sejam elaboradas medidas que reduzam ou eliminem as falhas observadas.

Colocando a análise em prática através de ferramentas produtivas:

A carta de controle é uma ferramenta extremamente rentável, cujo objetivo é apresentar por meio de gráficos a variação de grandeza de um determinado processo.

As cartas de controle tem uma ampla aplicação dentro de empresas de variados alcances. Variando desde o tempo de um atendimento em um departamento de vendas, até um processo em uma linha de produção, todos os processos podem ser controlados desde que apresentem alguma variação.

São estas informações que dão base para identificar o problema tanto em máquinas industriais como em um processo da organização, permitindo ao gestor a rapidez necessária para aplicar melhorias.

Mas o que devemos considerar ao realizar a análise de uma carta de controle para a implementação de um CEP eficaz? Com certeza é essencial ter em mente os seguintes tópicos:

Pontos fora dos Limites de Controle

Os limites de controle apontam a variação de um processo. São linhas horizontais acima e abaixo da linha central do gráfico que ajudam a avaliar se um processo está fora do controle.

Em uma indústria, isto pode ocorrer devido a uma ação incorreta realizada por um operador por exemplo, defeitos em equipamentos, utilização de instrumento sem calibração adequada, etc.

Periodicidade

A periodicidade pode ser visualizada ao longo do tempo e ocorre quando os pontos distribuídos no gráfico apontam uma tendência alternada tanto para cima como para baixo. 

Supomos que você esteja avaliando o tempo de atendimento de uma equipe e percebeu por um determinado período esta variação. A mesma pode ter sido provocada por vários motivos, entre eles rotatividade de operadores, cansaço da equipe, etc.

Se o gráfico for utilizado na produção, esta indicação pode estar relacionada a alterações sazonais de matéria-prima ou até mesmo variação na voltagem dos equipamentos.

Sequência

É quando ocorre variação de pontos em apenas um dos lados da linha média, de forma consecutiva. Na prática isto inclui uma sequência de 07 pontos consecutivos ou mais; 10 ou 11 pontos consecutivos do mesmo lado, entre outros. 

Significa uma mudança no processo, adoção de nova matéria-prima, alterações de procedimentos operacionais, etc.

Tendência

A tendência consiste em um movimento contínuo de pontos em uma direção, podendo ser ascendente ou descendente. Isto pode ser resultado de desgaste ou deterioração gradual de equipamentos ou peças, dispositivo de medição mal calibrado, fatores humanos ou fatores ambientais, como temperatura, umidade ou pressão.

Outro indicativo nesse caso é que se nada for feito, há uma grande probabilidade do processo sair das médias de especificação.

Aproximação dos limites de controle

A aproximação dos limites de controle refere-se a pelo menos dois pontos consecutivos próximos às linhas limite. Apesar de aparentar que esteja operando em conformidade, este é um indicativo de grandes instabilidades no processo.

Na prática, podem ocorrer quando operadores tentam ajustar o processo com uma grande frequência e pode originar resultados fora das especificações desejadas. 

Conclusão sobre o CEP

As empresas que buscam ser competitivas no mercado também precisam se arriscar bastante em seu processo produtivo. Por isso o CEP pode aprimorar a experiência dentro desse tipo de organização. Mais do que identificar possíveis desvios no processo, é necessário investigar a raiz dos problemas e elaborar planos de ação para mitigar esses desvios.

Além disso, softwares de gestão podem facilitar o tratamento de não conformidades, centralizando informações em um único ambiente e engajando toda a equipe no processo.

Para ter resultados ainda mais precisos usando o Controle de Processos Estatísticos, é essencial ter um Modelo de Predição. No blog da EJFGV explicamos melhor como implementar esse diferencial nas suas estratégias, que em conjunto com o CEP, é capaz de ditar um futuro excepcionalmente produtivo para a sua empresa.

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