Custeio por absorção: os 3 passos para calcular

Custeio por absorção é uma estratégia utilizada por empresas que buscam entender sua produção como um todo, levando em conta um panorama geral. 

Em meio a tantas discussões sobre qual é o melhor método de custeio, é importante entender que, na verdade, essa escolha depende da realidade e das necessidades de cada caso e podem, inclusive, se complementar. 

Nesse artigo, vamos te apresentar esse conceito e suas vantagens, além de te mostrar a principal forma de cálculo.

Para saber mais, continue sua leitura.

O que é custeio por absorção?

Também conhecido como custeio integral, o custeio por absorção leva em conta todos os custos que incidem sobre a fabricação de um produto, sejam eles diretos ou indiretos

Ou seja, o valor gasto em uma mercadoria vai além de fatores como mercadoria e horas de produção, englobando também transporte, energia elétrica, manutenção de maquinário, dentre muitos outros.

Esse método é o único que segue os princípios da contabilidade e, por isso, somente ele é aceito legalmente para a apresentação de relatórios contábeis, mas isso não significa que sua única utilidade seja cumprir requisitos burocráticos.

Muito pelo contrário, sua grande abrangência de fatores o torna muito vantajoso.

Quais os benefícios do custeio por absorção?

Um dos principais diferenciais do custeio por absorção é o auxílio para gestão a longo prazo no que diz respeito a produtividade e precificação.

Uma vez que analisa gastos produtivos e não de vendas, esse método permite que a organização da equipe seja estudada e otimizada para maior lucratividade, além de possibilitar uma determinação mais precisa do valor de mercadorias ainda em estoque.

Em outras palavras, essa estratégia pode funcionar como a construção de uma base sólida para planejamentos futuros, como orçamentários e de estoque.

Além disso, o custeio integral não exige uma classificação dos custos, já que considera todos como iguais, tornando sua aplicação muito mais fácil.

Vale destacar, no entanto, que essa é uma técnica que não considera fatores como margem de contribuição e CMV, além de fazer com que os valores individuais dos produtos sejam interdependentes entre si. 

É justamente por isso que os diferentes tipos de custeio podem e devem ser aplicados de forma complementar, de forma a eliminar qualquer tipo de lacuna no conhecimento interno da empresa.

Por que o custeio por absorção não é considerado rateio?

Rateio é aquele cálculo que considera e distribui os produtos de forma igual. Por isso, é comum vermos o custeio por absorção ser encaixado nessa categoria. 

A questão é que isso não pode acontecer, tendo em vista que as despesas administrativas não são consideradas devido à sua subjetividade. 

Isso permite que os critérios selecionados para a definição de valor sejam proporcionais e precisos – como acontece com o tempo de produção, por exemplo – mantendo a eficácia desse método.

Qual a diferença entre custeio por absorção e custeio variável?

Como dissemos anteriormente, o caráter amplo do custeio por absorção o atribui diversas vantagens, mas também faz com ele que ele não dê conta de algumas especificidades necessárias para a gestão eficaz de uma empresa.

É então que o custeio variável entra em cena.

Esse é o método utilizado, por exemplo, para chegar à margem de contribuição das mercadorias, facilitando na tomada de decisões de descontinuidade ou investimento.

Nesse caso, o valor de um produto é determinado apenas pelos custos variáveis, enquanto os fixos são deduzidos a partir do lucro bruto.

Esse tipo de cálculo proporciona maior entendimento sobre os custos fixos, uma vez que não os mistura com os gastos de venda.

Contudo, o custeio variável não é legalmente aceito em relatórios tributários e de contabilidade. Isso porque considera os custos fixos como despesas, ferindo os princípios de Competência e Confrontação, que determinam que todos os custos envolvidos devem ser considerados para a geração da receita.

Qual a diferença entre custos e despesas?

Para entender melhor a relação entre custeio de absorção e variável e até as questões legislativas, é importante saber diferenciar custos e despesas. Veja só:

  • Custos: todos os gastos com impacto direto na capacidade produtiva, como matéria prima, energia elétrica, mão de obra e maquinário.
  • Despesas: gastos fundamentais para o funcionamento da empresa, mas sem impacto direto na capacidade produtiva, como material de escritório, marketing, comissão de vendas, etc.

Em outras palavras, para entender se algo é um custo ou não, basta se perguntar se o corte daquele fator impediria a produção. Em caso de resposta negativa, ainda que o impacto seja grande em alguma outra área, aquilo é considerado uma despesa.

Como calcular o custeio por absorção?

Agora que já passamos por toda a teoria, finalmente é hora de entender como funciona o cálculo

O primeiro passo, independente do método escolhido, é separar seus custos com cuidado. É importante lembrar que, nesse caso, apenas eles serão considerados e as despesas serão deixadas de lado.

Então, o custeio por absorção pode ser obtido da atribuição dos custos. Observe as etapas:

  1. Atribuição de custos diretos

Aqui, são coletados todos os gastos diretamente ligados à produção, levando em conta todos os tipos de mercadoria da sua empresa.

Esses custos são, geralmente, mais fáceis de identificar, basta . Alguns exemplos são a matéria prima e a mão de obra. 

  1. Atribuição de custos indiretos

Agora, você deve considerar os gastos indiretamente relacionados ao produto, como materiais auxiliares e gastos com terceiros. Ou seja, envolvidos na produção mas ligados a fins menos óbvios.

  1. Definição do custeio por absorção

Por fim, a forma mais simples de encontrar o custo de cada produto é dividindo o gasto total pela quantidade de produtos

Vale ressaltar, no entanto, que essa conta pode deixar de levar em conta algumas variáveis importantes. Por isso, é fundamental entender exatamente cada fator envolvido na sua produção para que não haja consequências indesejadas.

  • Exemplo:

Suponha que você tem uma loja de canecas personalizadas.

O valor de produção de cada caneca, somando maquinário, tinta, matéria prima e mão de obra totaliza R$60,00. Esse é seu custo unitário (CU) que, multiplicado pela quantidade de produtos, resultará no custo direto (CD).

Para o lançamento de uma nova linha de canecas, você investiu em uma campanha publicitária, contratou mão de obra terceirizada. Além disso, precisou arcar com o aluguel da sede da empresa e manutenção dos equipamentos. Tudo isso totalizou R$6.000,00, que são os custos indiretos (CI).

Por fim, sua produção (P) foi de 600 canecas. 

Portanto:

CA = [CD + CI] / P

CA = [(CU x P) + CI] / P

CA = [(60 x 600) + 6.000] / 600

CA = [36.000 + 6.000] / 600

CA = 42.000 / 600

CA = 70

Logo, o valor atribuído a cada caneca é de R$70,00

Auxílio para o financeiro da sua empresa

Como vimos aqui, a área financeira de uma empresa engloba diversos processos, que se desdobram em muitos outros.

Por isso, ainda que você entenda como cada procedimento é realizado, pode ser bem difícil fazer tudo sozinho. No caso da Comunik, cliente da EJFGV, os problemas vinham por conta da falta de conhecimento interno e precificação adequada. 

Para isso, foi elaborada toda uma planilha financeira que contemplasse a realidade e as ambições da empresa. Para saber como também podemos te ajudar, confira nossas soluções financeiras.

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